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a crise dos opioides
uma catástrofe na saúde pública americana
o segredo
bom dia. trabalhar com saúde e cuidando do outro é peculiar. o segredo para o sucesso é um só: tratar pessoas e não doenças. faz toda a diferença. boa semana!
Opioides e a crise que mata +200/dia nos EUA
BIG STORY
(Imagem: NPR | Reprodução)
Catástrofe de saúde pública. Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, cerca de 110.000 mortes por overdose foram relatadas em 2022. Dessas, quase 80.000 envolveram opioides.
Ok… Mas o que são opioides?
🩺 Os opioides são substâncias químicas que interagem com os receptores opioides no sistema nervoso central. Eles aliviam a dor, mas podem causar dependência e efeitos colaterais adversos. Seu uso é monitorado e regulamentado.
Basicamente, existem 3 tipos:
Naturais: não sofrem modificações significativas, como a morfina e a codeína.
semi-sintéticos: passam por modificações parciais na composição, como a heroína.
totalmente sintéticos: fabricados para terem ação semelhante, como a metadona.
Fun fact histórico: O ópio (opioide) já foi motivo de guerra no século XIX. Das grandes. Se quiser entender melhor, assista a este vídeo.
Esses compostos são usados como anestésicos nos pacientes e podem poupá-lo de muita dor e sofrimento. Quando utilizados corretamente, são medicações seguras e essenciais.
No entanto, a pessoa que ingere opioides de forma recreativa ou sem orientação médica, buscando a sensação de bem-estar trazida pela droga, corre um risco alto de desenvolver dependência. Apenas o especialista pode dizer a dose correta e o período de administração do medicamento.
Nos Estados Unidos, uma verdadeira epidemia avança, na medida em muitas pessoas vêm abusando de compostos como a morfina, codeína, oxicodona e um dos mais potentes: o fentanil.
Segundo essa matéria da USP, a droga chega a ser 50 vezes mais potente que a heroína. Além disso, uso indevido de fentanil acarreta altos riscos de dependência química e pode gerar graves quadros de depressão respiratória.
Segundo especialistas no assunto, dentre os principais motivos para o desenvolvimento do vício coletivo, estão:
Marketing pesado da indústria farmacêutica;
Prescrição excessiva por parte dos profissionais de saúde;
Crescimento dos mercados ilícitos.
Resumindo: trata-se de um problema de saúde pública complexo e multifatorial, que vem preocupando as autoridades de saúde pública americanas e mundiais.
📽️ Dica: Assistir ao documentário “O Império da dor”. Aqui vai o trailer.
Pesquisa associa transtornos de sono a declínio cognitivo
RESEARCH
(Imagem: Axios | Reprodução)
Boa notícia para os que dormem mais que a cama. Brincadeiras à parte, o estudo que trazemos hoje procurou entender como a qualidade do sono de um grupo de indivíduos influenciou em suas habilidades cognitivas uma década depois.
Repare que falamos qualidade, e não necessariamente quantidade. Segundo a pesquisa, pessoas com o sono fragmentado com idade entre 30 e 40 anos têm uma probabilidade 2x maior de apresentar problemas de memória e cognição 10 anos depois.
Conduzido no início dos anos 2000, o estudo monitorou a qualidade do sono de participantes utilizando um dispositivo de pulso.
O aparelho constatava o tempo do sono e os movimentos realizados pelos participantes, para medir o número de interrupções ao dormir.
Outro estudo de 2021 descobriu que pessoas que relataram rotineiramente ter dificuldade para pegar no sono apresentavam um aumento de 49% no risco de demência.
Enquanto as que acordavam no meio da noite e tinham dificuldade a voltar a dormir apresentaram um aumento de 39% no risco de demência.
Algumas dicas para se ter uma boa noite de sono 🩺
Pratique exercícios físicos, evite comer muito e ingerir álcool ou cafeína durante a noite.
Além disso, é importante parar de usar o celular pelo menos uma hora antes de dormir, manter seu quarto em uma boa temperatura e o mais escuro o possível. Tente acordar no mesmo horário todos os dias. Você não vai se arrepender, e seu futuro eu vai te agradecer.
Mulher dá luz a gêmeos aos 70 anos na Uganda
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Avanços na Medicina vêm realizando sonhos. Safina Namukwaya, que tem 70 anos, teve um menino e uma menina recentemente após um tratamento de fertilização in vitro, afirmou um hospital da Uganda.
Namukwaya, que é uma das mulheres mais velhas a ter filho na história, disse à mídia local que o nascimento foi “um milagre”. Achou legal? Então olha essa história de uma mulher indiana que teve gêmeas aos 73.
Mas como acontece esse processo de fertilização in vitro?
Remove-se um óvulo do ovário da mulher e esse óvulo é fertilizado com espermatozoides em um laboratório.
O óvulo fertilizado é então implantado no útero da mulher, para que possa haver o desenvolvimento do embrião.
O motivo para engravidar? Segundo a mulher, o preconceito e ridicularização que sofreu por não ter filhos. Além disso, afirmou a um jornal de Uganda que sua gravidez foi difícil devido ao abandono de seu parceiro, quando percebeu que ela ia ter gêmeos.
Enfim: apesar da história difícil vivida pela mãe, tomara que esse seja apenas o começo de um sonho possibilitado pela ciência.
Hapvida NotreDame está sendo investigada
HEALTH BIZNESS
(Imagem: Hapvida NotreDame | Reprodução)
Caso complicado. O Ministério Público de São Paulo está investigando o Grupo Hapvida NotreDame por recusar atendimento a pacientes e não cumprir decisões judiciais.
a empresa terá 15 dias para se manifestar a respeito da situação
em sua defesa, o grupo terá que detalhar: motivos para a recusa de atendimento e a especificação de medicamentos e tratamentos não oferecidos aos pacientes
Além disso, a notícia impactou negativamente o valor das ações da companhia, que é a maior operadora de saúde do país. As ações caíram ao redor de 7% em um dia.
As reportagens revelaram o descumprimento de liminares pela empresa, e revelando casos, inclusive, em que a demora no atendimento resultou na morte de pacientes. A Hapvida NotreDame optou por não se pronunciar sobre o assunto.
As investigações iniciaram depois da representação apontando a negação de medicamentos e tratamentos pela empresa, mesmo sob decisões judiciais.
A situação agravou-se após a fusão da Hapvida com a NotreDame, em 2022. Cerca de 80 processos registravam decisões favoráveis não cumpridas. Enquanto isso, nos resta esperar para que as coisas sejam esclarecidas.
Paxlovid reduz mortes e hospitalizações por COVID
CONSULTA (Q&A)
(Imagem: Cryptographer | Shutterstock)
Game changer. Um estudo recente sobre o Paxlovid mostrou que existem “sólidos indícios acerca da sua eficácia” para o tratamento da covid-19. Aqui está o estudo completo.
Aparentemente, tratar pacientes com o coronavírus usando a droga reduz significativamente o número de mortes e hospitalizações.
O estudo recente examinou dados de mais de 560.000 pacientes que poderiam ter sido tratados com Paxlovid de 1º de março de 2022 a 1º de agosto de 2022. Entre esses pacientes, 146.000 receberam Paxlovid e 421.000 não receberam o medicamento.
🩺 Comparados aos pacientes com COVID-19 que eram elegíveis para o Paxlovid, mas não receberam a prescrição, os pacientes com COVID-19 que receberam o Paxlovid tinham cerca de duas vezes menos chance de serem hospitalizados e cerca de quatro vezes menos chance de morrer.
🩺 Para pacientes com mais de 50 anos totalmente vacinados contra a COVID-19, aqueles que receberam o Paxlovid tinham cerca de três vezes menos probabilidade de serem hospitalizados do que os pacientes que não receberam o Paxlovid.
Ouvindo a especialista: Segundo Jackie Gerhart, médica e vice-presidente na Epic Ressearch, as expectativas são boas.
"Temos tentado encontrar novas maneiras de tratar a COVID-19 e reduzir as hospitalizações e mortes. O Paxlovid é mais uma ferramenta em nossa caixa que podemos utilizar e que possui dados sólidos sobre sua eficácia.”
Grande dia para a ciência.
Diário de uma futura plantonista
HISTÓRIAS BIZARRAS DE PLANTÃO
Isso não é uma história de plantão. Ainda assim, é uma grande história que uma futura médica poderá contar. A estudante preferiu não revelar sua identidade.
Segundo período da faculdade de Medicina, apresentação de embriologia valendo boa parte da nota do período. Com o estudo para as provas e outros trabalhos para apresentar, os participantes do grupo tiveram que fazer o trabalho muito rapidamente. E fizeram uma boa apresentação.
O tema: Lipoma espinhal associado a seio dérmico congênito: um relato de caso.
Resumindo: Trata-se de uma malformação congênita do sistema nervoso do feto ainda na vida intrauterina.
O dia da apresentação chegou… Até aí, tudo bem 🤙🏼
Todos falaram a sua parte, e a avaliação correu bem. No entanto, a principal imagem de desenvolvimento embrionário que a menina havia posto no PowerPoint era um pouco… Peculiar.
Então, o professor perguntou: de onde vocês tiraram essa imagem? Imediatamente o grupo retrucou: No Moore (livro texto considerado padrão ouro para estudo de embriologia na faculdade).
O problema era: A aluna não pegou a imagem do Moore. Na verdade, foi uma das primeiras imagens que apareceram no Google quando pesquisou sobre o assunto.
Em seguida, respondeu: Bem, essa imagem de vocês representa o desenvolvimento de uma espécie não humana… Isso é a ilustração da embriologia de um peixe. E vocês definitivamente não pegaram essa imagem no Moore.
Simplificando: a casa caiu. Discussão aqui, discussão lá, os participantes do grupo começam a rir de nervoso, e o caos havia se instaurado na sala de aula.
No final, o grupo recebeu uma nota baixa e alguns ficaram frustrados, mas hoje em dia virou apenas uma bela de uma memória engraçada para todos.
🩺 Moral da história: Alguns dos momentos mais estressantes do curso serão, daqui a algum tempo, as memórias mais bonitas e engraçadas que você terá. Não se leve tão a sério.
🫵 E você? Tem alguma história bizarra de plantão? Responda esse e-mail e nos conte. Quem sabe não aparece na próxima edição?
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